19
abr

Por que IIII e não IV nos mostradores Clássicos?

Existem várias hipóteses para este assunto. Alguns citam história, outras citam religião e outros ainda citam estética. Veja abaixo as principais.

HIPÓTESE 1

O sistema de numeração usado pelos romanos era bastante diferente do que HOJE chamamos de sistema romano.
A utilização dos números romanos data do 7º século antes de Cristo, nos primeiros marcadores do tempo existentes, que eram os relógios de sol.
O moderno sistema romano atual é resultado de uma longa evolução do sistema usado pelos antigos romanos. O princípio de subtração, que está por trás da forma IV (IV=V – I), é um conceito que surgiu no Renascimento. 
O sistema de numeração dos antigos romanos tinha várias diferenças com o atual sistema romano que aprendemos no ensino primário: vários algarismos eram diferentes, os romanos raramente usavam o princípio subtrativo e, acima de tudo, não tinham regras fixas para escrever os numerais. 
Veja abaixo como era:

               1      2        3             4               5      6       7              8              9
Unidades I       II        III           IIII V     VI VII           VIII          VIIII
Dezenas X     XX     XXX      XXXX L     LX     LXX        LXXX      LXXXX
Centenas C     CC     CCC      CCCC D    DC     DCC       DCCC      DCCCC
As duas formas são aceitas, mas a versão romana que surgiu primeiro é a com o numeral IIII.

HIPÓTESE 2

Outra hipótese é que usar o IIII deixa o relógio mais equilibrado esteticamente. É só reparar no mostrador: as primeiras quatro horas são representadas pelo numeral I (I, II, III, IIII), as quatro seguintes utilizam o V (V, VI, VII, VIII) e as restantes o X (IX, X, XI, XII). Mais simétrico que isso, impossível!

HIPÓTESE 3

Os algarismos romanos são formados por letras e, portanto, a combinação de duas ou mais letras, quando utilizadas para formar um número, podem também significar uma palavra ou uma abreviação.
Entre os deuses romanos encontramos um de primeira grandeza, que é “Júpiter” e que também era designado pela abreviação “JU” para facilitar o processo de escrita. Inclusive por entalhamento, a letra “J” era escrita como um ‘I” e a letra “U’ como um “V”. Dessa forma a abreviação para Júpiter era escrita na forma de “IV”, isto é, da forma que foi escrito o número 4 em romano a partir do final da Idade Média.
Provavelmente a igreja católica, no seu período mais rigoroso da Inquisição, para que as marcações de hora de um mostrador de um relógio não fossem interpretadas como 1, 2, 3, deus Júpiter, 5, 6 etc., tenha determinado que se mantivesse o uso do número 4 na antiga forma de IIII, para que não houvesse a lembrança e consequente veneração do deus pagão Júpiter através dos mostradores dos relógios.
Naqueles tempos, quem venerasse outros deuses, diferentemente do deus reconhecido pelo cristianismo, seria condenado à morte.