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18
nov

Junghans Gravatinha – Rogério Barão

Junghans Gravatinha – Essa marca foi uma das mais famosas no início do século passado. Esse modelo de relógio também foi bastante famoso, se não me engano o modelo dele chama-se gravata. Perceba pelas fotos que a parte de baixo do relógio lembra realmente uma gravata.

O Rogério Barão entrou em contato comigo por esse site me dizendo precisaria restaurar esse relógio. Tudo combinado retirei-o na casa do pai dele, Sr. Aparecido. Nessa oportunidade tive o prazer de conhecer o Sr. Aparecido e a mãe do Regério, Sra. Solange.

O Sr. Aparecido me contou a história desse Junghans Gravatinha. Disse que pertencia ao pai dele que era alfaiate e tinha um ateliê no centro de São Paulo. Disse que o pai conservava-o muito bem mantendo-o limpo, nivelado e com corda dada toda semana no mesmo dia e hora. Isso é “cultivar” um relógio à corda.

Esse relógio ficava no fundo da oficina do pai do Sr. Aparecido e as pessoas que passavam na frente da loja olhavam para o relógio para verificar a hora e muitas pessoas até acertavam o relógio de bolso por esse relógio.

Depois de várias mudanças esse Junghans Gravatinha foi jogado de um lado para outro até chegar a mim. A máquina estava travada, a porta do painel estava faltando e os ponteiros estavam quebrados. A princípio só os achei depois que desmontei todo o relógio. Tive que trocar uma corda, retirar todo o verniz já que estava completamente destruído e queimado pelo sol. Soldei os ponteiros, Preenchi algumas falhas na caixa, principalmente marcas de cupim que tive que matar sem veneno já que isso interferiria no acabamento do verniz. Como fiz isso? Simplesmente colocando a caixa do relógio dentro de um saco bem fechado com gel desumidificador e depois tudo no freezer por 20 dias. Mas o mais emocionante foi construir a moldura da porta do painel. Depois que pesquisar um pouco sobre o formato dessa porta, procurei em marcenarias quem poderia construir algo com o desenho. Rodei a Rua do Gasômetro e imediações e achei somente duas marcenarias que poderiam fazer, mas uma iria fazer só em MDF e a outra cobrou quase metade do valor que eu combinei com o Rogério.

Resolvi eu mesmo fazê-la. Sem torno para madeira e usando meus conhecimentos de engenharia, comprei o material e fabriquei a moldura. É certo que tive que um amigo meu marceneiro, o Mauro me ajudou com uma tupia para arredondar o canto, a quem agradeço a ajuda.

Pois bem, depois de bastante tempo, esse Junghans Gravatinha ficou pronto e a última coisa que o Rogério me disse é que ficou muito bonito. Rogério, Sr. Aparecido e Sra. Solange, agradeço a oportunidade de restaurar esse belo relógio e espero que ele lhes traga ótimas lembranças.

Antes

Durante

Depois